Portugueses são dos que mais horas trabalham por ano e menos ganham

Segundo dados da OIT, em Portugal o salário médio é de 1.094 euros. Os portugueses trabalham 1.852 horas por ano.

A conclusão já não surpreende: Portugal é dos países da zona euro com o salário médio mais baixo, ocupando o 12º lugar entre quinze países analisados. Porém, é onde mais horas por ano são dedicadas ao trabalho. Esta é uma das conclusões que se pode retirar do relatório KILM da Organização Mundial do Trabalho (OIT) que reúne 17 indicadores sobre o mercado laboral em cerca de 200 países.

De acordo com o documento disponibilizado ontem, o salário médio em Portugal era de 1.094,7 euros em 2012, o último ano para o qual existem dados disponíveis. Comparando com os países da zona euro referidos no relatório, verifica-se que o valor é superior apenas ao da Eslováquia (888 euros), Estónia (887) e Letónia (685).

Por outro lado, o país da zona euro com o salário médio mais elevado é o Luxemburgo, com 4.171 euros, seguido da Finlândia, com 3.206 euros e da Bélgica, com 2.955 euros. Em quarto lugar está França (2.738 euros) e só em quinto surge a Alemanha (2.538 euros). Por sua vez, Espanha encontra-se dois lugares acima de Portugal, em décimo lugar, com um salário médio mensal de 1.883 euros.

Apesar dos salários pagos em Portugal serem dos mais baixos entre os países da zona euro, o relatório da OIT mostra que os portugueses são dos que mais horas dedicam ao trabalho anualmente. De acordo com o documento, em Portugal o número anual de horas trabalhadas por pessoa foi, em 2013, de 1.852, enquanto na Alemanha, por exemplo, se fixou em 1.363 horas. Um dos países da zona euro mais próximos a Portugal no que respeita a este indicador é a Estónia, que também acompanha no valor relativo aos salários. Já no Luxemburgo, que lidera a tabela dos salários da zona euro, trabalha-se menos 203 horas por ano do que em Portugal.

O relatório KILM analisa ainda a produtividade em mais de uma centena de países. Aqui, olhando para a zona euro, Portugal está a meio da tabela, com 111,9 pontos referentes a 2013. Para o mesmo ano, verifica-se que os países da zona euro com maior produção por trabalhador são a Letónia (165,9 pontos), a Eslováquia e Estónia (150). Por outro lado, entre os países com produtividade mais baixa quando comparado com o caso português estão Bélgica, Chipre, Alemanha ou França, entre outros.

Numa análise mais global, o relatório da OIT refere que as economias de rendimentos médios (Brasil, Índia, China, por exemplo) registaram o mais rápido crescimento da produtividade dos últimos quinze anos e também o maior crescimento económico após a crise. Já nos países de economias de elevados rendimentos, onde se incluem os países da zona euro, o aumento da produtividade foi mais lento, de 1,2% por ano, em média.

Em 2015, a grande maioria (72%) dos trabalhadores mundiais situam-se em países de economia de rendimentos médios, enquanto 20% estão empregados nas economias de elevados rendimentos, diz a OIT. Apenas 8% dos trabalhadores se encontram a trabalhar em economias de baixos rendimentos.

Fonte (Económico): bit.ly/1l9ukqC

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Márcia Cardoso

Márcia Cardoso

Márcia Cardoso, licenciada em Marketing. Actualmente desenvolve funções na Ábaco Consultores.  Visualizar perfil de Márcia Cardoso

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