A Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA), foi informada pela indústria alimentar que tinha sido detetada uma substância denominada semicarbazida (SEM), através de algumas análises efetuadas em comida embalada em frascos e boiões de vidro. A formação desta substância estaria eventualmente relacionada com a temperatura utilizada no processo de embalagem, na selagem das tampas dos frascos e dos boiões de vidro de vários tipos de conservas, como mel, alimentos para crianças, conservas vegetais, alimentos esterilizados, molhos e mostardas.
Até ao momento, as investigações realizadas indicam que a explicação mais plausível sobre a presença desta substância química (ainda não comprovada por análises laboratoriais), poderia estar relacionada com a azodicarbonamida, substância utilizada há cerca de 20 anos no revestimento interior das cápsulas de boiões e garrafas, a qual migraria para o género alimentício.
Na sequência da informação proporcionada pela indústria alimentar, a EFSA, constituiu no passado dia 24 de julho um grupo de peritos para acompanhar de perto o evoluir desta situação. Esta primeira reunião do grupo considerou prematuro emitir um parecer conclusivo de avaliação dos riscos, face aos dados analíticos e toxicológicos disponíveis.
A EFSA proporcionará informação à medida que os estudos avançarem, bem como as respetivas conclusões do grupo de peritos.
O que é a semicarbazida?
A semicarbazida é uma substância química existindo essencialmente duas teorias quanto ao seu aparecimento. Por um lado, a EFSA afirma que a semicarbazida, pode passar do anel protetor das tampas de boiões e frascos para os alimentos, por outro, a FSA (Food Standard Agency) do Reino Unido, entende que surge como resultado de um processo químico durante o processo de embalagem.
Como foi descoberta a semicarbazida nos alimentos?
A semicarbazida foi detetada por um laboratório privado, quando se procedia a uma análise de controlo de rotina em empresas produtoras de alimentos.
Como substância química de há muito que é conhecida pela ciência, e a azodicarbonamida da qual deriva a semicarbazida, é por sua vez uma substância autorizada há muitos anos como agente expansor, na U.E.
A deteção da semicarbazida em alimentos e respetivas embalagens é recente e decorre do progresso científico e do desenvolvimento dos métodos analíticos.
Em que alimentos foi detetada a semicarbazida ?
A presença de semicarbazida não está associada a um determinado tipo de alimento. O que está em causa é o tipo de embalagem utilizado.
Qualquer género alimentício comercializado em frasco ou jarro de vidro com tampa de metal embalado a vácuo, pode conter semicarbazida.
Alimentos vendidos em embalagens deste tipo incluem:
- Sumos de fruta
- Geleias
- Outras conservas e mel
- Comida para bébés
- Pickles
- Vegetais
- Maionese
- Mostarda
- Molhos vários
Para que é necessário este processo de selagem das tampas?
As juntas utilizam-se para garantir a selagem a vácuo da embalagem de vidro. A selagem protege o alimento no interior da embalagem da contaminação pelo pó, pelos micróbios, pelos insetos, e outros corpos estranhos.
Pretende-se assim garantir a qualidade do alimento e uma armazenagem segura até à abertura da embalagem proporcionando ao consumidor a segurança de que o produto é estéril e não foi manipulado.
Não é ainda possível determinar o grau de risco da semicarbazida para a saúde dos consumidores, nem mesmo se este existe.
As quantidades detetadas nos alimentos, foram muito pequenas, não existem certezas científicas nem métodos de análise validados, a Autoridade Europeia, EFSA, e a indústria alimentar continuam a desenvolver estudos de investigação nesta matéria.
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