Trabalhar ao ar livre tem muitos desafios — e um dos mais sérios é, sem dúvida, a exposição prolongada ao sol. Profissionais da construção civil, agricultura, segurança privada e outros setores que desempenham funções no exterior estão diariamente sujeitos a radiação ultravioleta (UV), calor extremo e condições ambientais adversas que, quando ignoradas, podem ter impactos sérios na saúde a curto e longo prazo.
Ao contrário do que se possa pensar, não são apenas os dias de sol intenso que representam risco. Mesmo em dias nublados ou com temperaturas amenas, a radiação UV continua presente e pode provocar queimaduras, envelhecimento precoce da pele, lesões oculares e, em casos mais graves, aumentar o risco de cancro cutâneo. Além disso, o calor acumulado pode provocar desidratação, exaustão e golpes de calor — situações que exigem uma resposta rápida e bem preparada.
A exposição solar como risco profissional
A legislação portuguesa já reconhece a exposição solar como um risco ocupacional em várias atividades, especialmente quando há contacto direto e prolongado com o exterior. Isso significa que as empresas têm a responsabilidade de identificar esse risco nos seus documentos de avaliação, definir medidas de proteção e assegurar que os trabalhadores estejam devidamente informados e protegidos.
O que podem as empresas fazer?
Proteger os trabalhadores do sol não é apenas uma boa prática — é uma obrigação legal e ética. Algumas medidas fundamentais incluem:
- Organizar os horários de trabalho, privilegiando as tarefas ao ar livre durante as horas de menor intensidade solar (antes das 11h e depois das 17h);
- Disponibilizar zonas de sombra ou abrigos temporários em locais de trabalho ao ar livre;
- Garantir o fornecimento de água fresca e incentivar pausas regulares para hidratação;
- Fornecer Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adaptados ao verão: chapéus de aba larga, óculos com proteção UV, vestuário leve e respirável, mas que cubra a pele;
- Sensibilizar as equipas para a aplicação de protetor solar com fator de proteção elevado (FPS ≥30), reaplicado ao longo do dia.
Estas ações não só ajudam a prevenir doenças, como também melhoram o bem-estar, a produtividade e a motivação das equipas.
O papel do próprio trabalhador
A proteção começa com a consciência. Os trabalhadores devem estar atentos aos primeiros sinais de alerta, como tonturas, sede excessiva, náuseas ou sensação de calor intenso. Caso surjam, é fundamental interromper a atividade, procurar um local fresco e informar um colega ou supervisor.
Além disso, devem adotar comportamentos preventivos no dia a dia: evitar trabalhar sem camisola ou boné, aplicar protetor solar mesmo em dias nublados, hidratar-se com frequência e respeitar os períodos de pausa.
Conclusão
A exposição solar é um risco invisível, mas real. E sendo previsível e evitável, deve ser tratada com o mesmo rigor que qualquer outro fator de risco laboral. Investir na proteção dos profissionais que trabalham ao ar livre é, acima de tudo, investir na saúde, segurança e dignidade de quem garante o funcionamento de setores vitais como a construção, a agricultura ou a vigilância.
A sua empresa está a proteger devidamente os seus trabalhadores contra a exposição solar? A SafeMed pode ajudá-lo a avaliar riscos, implementar medidas preventivas e formar equipas mais seguras e conscientes.