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+COVID-19: o gap entre o necessário e o possível mantém-se!

Com o atraso que já nos é familiar em relação à necessidade, altera-se agora a periodicidade da publicação dos dados da incidência de casos de (ou com) COVID-19. Óptimo!

A questão é que os casos diários estabilizaram à volta dos 10.000 e há cerca de uma semana escalam (13.000-15.000) como se vislumbrava pela evolução do R(t) nos anteriores tempos mais próximos.

Passar directamente de uma periodicidade diária para semanal será a melhor opção?

Ao fim de dois anos não teria vantagens, pelo menos, passar intermediamente para tri (ou bi)semanal?

Não poderá, no actual contexto, ser interpretado de forma errónea?

Nestas pequenas reflexões, a referência a tal realidade tem tido o epíteto de “é o que há!”, ainda que sempre com a esperança que ajudem o combate à pandemia e, nunca, que sejam interpretadas como críticas negativas às nossas Autoridades.

Briefing/debriefing e outros que tais, podem integrar aspectos da comunicação de risco que é determinante em qualquer estratégia de gestão de risco. Os aspectos de comunicação numa situação com a transmissibilidade do SARS-CoV-2 exige, como as Autoridades sempre se referiram, e bem, a “sermos todos agentes de Saúde Pública”.

Aspectos como a alteração da periodicidade da disponibilidade de dados indispensáveis à cultura (ou, pelo menos, ao clima) de segurança podem ter muito mais importância do que a que parece que lhe é atribuída. 

Mas, enfim, pode ser que seja a habitual tendência que temos de saltitar entre o 8 e o 80 que nos caracteriza … ou, ainda, considerar como sinónimos o “senso comum” e o “bom senso”.

De novo, ainda, é o que há!

Lisboa, 11 de março de 2022

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António de Sousa Uva

António de Sousa Uva

Médico do Trabalho, Imunoalergologista e Professor Catedrático de Saúde Ocupacional.

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