De acordo com a WHO estima-se que nos países mais industrializados cerca de uma em três pessoas sofra de uma doença de origem alimentar anualmente. Podem, no entanto, os números estar mascarados devido aos casos que ficam por notificar.
As empresas que lidam com alimentos devem analisar tudo o que possa comprometer a Segurança Alimentar e identificar os pontos, ao longo das operações, nos quais os perigos podem estar presentes. Não é só uma parte crucial da gestão alimentar segura e lucrativa, mas é também uma obrigatoriedade legal.
Os potenciais perigos biológicos (bactérias, vírus), físicos (cabelo, unhas, vidros, plástico,…), químicos (pesticidas, antibióticos, detergentes,…) ou alergénicos (alergia a certos alimentos, i.e., amendoins, leite, soja,…) podem ocorrer em qualquer fase da preparação, processamento e venda da comida ao cliente. Como parte de um sistema de gestão de Segurança Alimentar, vários controlos (i.e., layout das instalações, controlo de pestes, higiene pessoal dos manipuladores) precisam de ser identificados e colocados em prática por forma a garantir a qualidade do alimento.
A equipa gestora do negócio alimentar deve ter uma atitude de compromisso para a implementação dos controlos e assegurar que os padrões são mantidos, tendo por base a implementação do programa HACCP (Hazard Analysis of Critical Control Points).
A maioria dos negócios alimentares tem a obrigação legal de implementar e manter procedimentos permanentes baseados nos princípios do HACCP como preconizado no Codex Alimentarius e no artigo 5º da Diretiva 852/2004/CE sobre higiene dos alimentos. A análise aos perigos é normalmente levada a cabo por pessoas familiarizadas com o dia-a-dia dos processos da atividade e que tenham tido formação nos princípios da Segurança Alimentar e análise de perigos.
Segurança Alimentar em Portugal
Em Portugal, bem como nos restantes países europeus, os dados referentes a doenças alimentares podem ser incorretamente interpretados e passíveis de subvalorização – perdendo-se o foco na dimensão real do problema – devido a certos fatores:
- A vítima de intoxicação (ingestão de alimentos contaminados por toxinas de microrganismos patogénicos) ou infeção (ingestão de alimentos contaminados por microrganismos patogénicos) alimentar nem sempre recorre a serviços de saúde;
- Raros são os casos em que são feitas análises para diagnóstico;
- Perante casos isolados os clínicos raramente notificam (Viegas, 2010).
Em Portugal a ferramenta SINAVE (Sistema Nacional de Informação de Vigilância Epidemiológica) estabelecida pela Lei nº 81/2009 de 21 de Agosto, estabelece a criação de uma rede nacional que envolve operativos de saúde pública, autoridades de saúde e laboratórios cujo objetivo é o de identificar cenários de risco (i.e., recolha e análise de dados) relacionados a doenças transmissíveis.
Os Gráficos 1, 2, 3 e 4 apresentam os casos detetados pelo SINAVE e enviados para a base de dados da EFSA, em Portugal de 2009 a 2013:
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A segurança alimentar não pode ser deixada ao acaso. Os padrões de limpeza, desinfeção, manutenção de instalações, higiene dos manipuladores e controlo de pragas, devem ser implementados, sob pena de consequências económicas, credibilidade e até legais em caso de dano na saúde do consumidor.
Para a iNLS – Boost Your HSE Career este é um sector do mercado que gera particular atenção pelo fato de em todas as profissões, desde o setor primário ao terciário, o direito a uma alimentação segura ser por nós exortado através da certificação de acreditação internacional CIEH – Food Safety Supervisor. A saúde alimentar é um direito que a iNLS – Boost Your HSE Career faz questão de manter incólume. Com os nossos produtos CIEH, estamos a capacitá-lo a si para se tornar uma barreira intransponível entre a saúde a doença alimentar.
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Bibliografia:
- Fernandes, Carla Sofia., (2011) – “Avaliação de Requisitos de Segurança Alimentar em Estabelecimentos de Ensino Público de um Concelho em Portugal”
- EFSA – Reports on trends and sources of zoonoses
- Evolução de surtos associados à Segurança Alimentar em Portugal - 20 Janeiro, 2016
- COP 21 Sustainable Innovation Forum – Em direção à mudança de paradigma sócio-económico - 5 Janeiro, 2016
- Fairtrade na HSE – Encurtando o “social gap” entre civilizações - 27 Outubro, 2015