Os fatores psicossociais de risco no trabalho têm um impacto significativo não só na saúde e bem-estar do trabalhador como também na produtividade das organizações.
Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT) os fatores psicossociais de risco no trabalho consistem na interação entre o ambiente de trabalho, a satisfação do trabalhador e as condições físicas da organização, englobando ainda as capacidades do trabalhador, as suas necessidades, cultura e situação pessoal fora do trabalho. Em suma, podemos afirmar que os fatores psicossociais de risco encontram-se presentes numa situação laboral, diretamente relacionados com a organização do trabalho, o conteúdo de trabalho e a estrutura da empresa e que tem consequências nefastas para a saúde dos trabalhadores, quer a nível fisiológico, mental e ou psicológico.
Recentes revisões da literatura têm demonstrado que a falta de controlo sobre as atividades laborais, a insatisfação e monotonia no trabalho, pressão temporal e a sobrecarga de trabalho são fatores psicossociais de risco. Estes fatores de risco podem ter uma relevância notável para a saúde do trabalhador, manifestando-se a nível fisiológico (reações cardiovasculares, incómodo a nível músculo-esquelético ou digestivo, insónias, fadiga e dificuldades respiratórias), psicológico (depressão, nervosismo, ansiedade, oscilação emocional, perdas de memória e esgotamento) e a nível comportamental (isolamento, agressividade, consumo de substâncias psicoativas, absentismo laboral, erros e falhas na execução de tarefas e suicídio).
Importa salientar que cada causa e sintoma dependem das características da pessoa e das circunstâncias em que esta se encontre.
De acordo com a Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho (EU-OSHA) através de um inquérito elaborado pelo Observatório Europeu dos Riscos e um estudo literário sobre riscos psicossociais, revela que os fatores psicossociais de riscos estão relacionados com as novas formas de contratualização, o envelhecimento da população ativa, a intensificação da atividade laboral, as elevadas exigências emocionais no trabalho e a falta de equilíbrio entre vida profissional e vida privada.
Segundo dados europeus de 2007, cerca de 8% dos trabalhadores portugueses declararam ter um ou vários problemas de saúde ligados ao trabalho, sendo que mais de 48% dos casos afetava a vida do dia-a-dia e cerca de 50% determinava uma situação de absentismo laboral. Uma percentagem de trabalhadores (19%) declarou que esta afetação estava relacionada com aspetos de saúde mental e cerca de 50% com aspetos relativos à saúde física.
Parece plausível aceitar que os fatores psicossociais de risco no trabalho têm a capacidade para afetar o bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores.
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Boa noite,
Estou precisando saber melhor sobre as influências dos fatores psicossociais em trabalhos de espaços confinados e em altura.
Att,
Lidianne
Boa tarde Cara Lidianne,
Iremos preparar e publicar um artigo sobre esse conteúdo. Obrigada pela sua sugestão.
Os melhores cumprimentos,
Safemed